DA ESCRITA INICIAL
Falo aqui da minha primeira escrita. Recordo da primeira vez que tive acesso ao mundo pretensioso das sílabas mal-calejadas dos meus dedos.
Foi ali que quando num milionésimo de segundo pude sentir o toque estranho da escrita sobre o papel à desenhar signos dos quais não tinha controle ou entendimento. Escrevi, vi, não li, porém senti que naquela hora estava diante da potencialidade inventiva da humanidade. Ando ainda a procurar sentido no que rabisco, palavra pra mim é sentimento que surge do roçar do papel com o lápis que vem e que vai ao sabor da imaginação e do momento. Hoje, vejo-me encarcerado pela métrica da escrita acadêmica que teima em tolher meus pensamentos e palavras. A (con)formatura da palavra escrita ainda me condena a um vagar sem rumo aos principios daquilo que aprendo e teimo negar. Deparo-me com a lembrança daquilo que um dia foi descoberta de novas possibilidades de expressao estético-fruitiva em palavras embarçadas nos meus dedos outrora calejados por uma escrita inicial.
2 comentários:
Escondendo o jogo né, um belissimo trabalho com as palavras sobre as palavras! Gostei muito!
Obrigado. Tive que fingir inspiração pra um trnalho da uece. rsrs
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